JORNAL FACTOS DE ANGOLA NACIONAL João Lourenço depois de vender o porto de Luanda agora vai vender o caminho de ferro de Benguela

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CFB: Ameaça de greve força diálogo para aumento salarial em ferrovia angolana cobiçada por estrangeiros

Fonte Voz da América 18/03/2021 Washington DC

 Administração procura evitar paralisação em quatro províncias

 Um sinal de abertura negocial dado pelo Conselho de Administração, na terça-feira, 16, evitou uma greve geral no Caminho-de-ferro de Benguela (CFB), em Angola, convocada para pressionar por aumentos salariais a favor dos mais de 1300 trabalhadores espalhados por quatro províncias.

 Trabalhadores do CFB pedem aumento salarial de 50% 

 Em fase de concurso público internacional para gestão da empresa, que coloca na corrida chineses, alemães e norte-americanos, os ferroviários voltam à carga com um caderno reivindicativo que exige também uma cesta básica e a inserção de trabalhadores despedidos por suposta negligência em acidentes.

 A Comissão Sindical estava prestes a decretar greve quando foi chamada à mesa de negociações pelo Conselho de Administração, que tem em mãos pedidos para aumentos salariais em 50%, metade já este ano e a outra parte em 2022.

 À VOA, o líder sindical da empresa, Leonardo Saculembe, disse que os subsídios para cesta básica e a reinserção dos despedidos, em obediência a uma decisão judicial, são outros de vários pontos da reivindicação.

 ”Simplesmente estamos a pedir aumento de 50%, é possível pelas condições da empresa”, disse afirmando que “o Tribunal orientou a reinserção de quatro dos seis despedidos, mas o presidente do Conselho não aceita, nem as indemnizações, e eles estão à deriva”.

 ‘’Uma greve seria em toda a linha, do Lobito, Huambo, Bié e Moxico, até à fronteira’’, acrescentou o sindicalista.

 Saculembe realça que os trabalhadores estão indiferentes à anunciada mudança de gestão, mediante o concurso internacional afirmando que “99,9 % (das depesas da empresa) vêm do orçmento geral do estado”.

 “A empresa quase não faz nada’’, disse Saculembe.

 O assistente jurídico do Conselho de Administração do CFB, Aristides Sebastião, reafirmou uma proposta de aumento salarial em 38%, encalhada devido às consequências da pandemia, e diz acreditar no diálogo entre as partes.

 ‘’ A questão sobre a cesta básica vai ser respondida, e muito bem ”, disse ele.

 “Relativamente aos salários, já existe proposta, creio que desde 2019, mas a pandemia parou tudo, a circulação de pessoas e mercadorias’’, sublinhou o jurista, acrescentando que ‘’o diálogo vai permitir resolver tudo’’.

 As negociações vão durar trinta dias.

 

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