UNITA pediu audiência para discutir o problema
UNITA pediu audiência para discutir o problema
As Brigadas de Vigilância em Luanda, conhecidas como Turma do Apito, continuam a provocar aceso debate com alguns a mencionarem a violência e mesmo mortes causadas pelos seus membros que se defendem afirmando que esses “excessos” são algo que já foi ultrapassado.
Intensifica-se debate em torno da Turma do Apito
Numa carta entregue ao Presidente da Assembleia Nacional, o Grupo Parlamentar da UNITA solicitou audição ao Ministro do Interior em virtude da existência de milícias nos municípios de Luanda (Distrito Urbano do Sambizanga) e de Cazenga criadas e organizadas Administrador Tomás Bica afirmando que muitas queixas têm sido feitas por cidadãos dos referidos municípios. Waldimar José porta-voz do Ministério do Interior para saber sobre a posição daquela instituição, mas este negou prestar qualquer esclarecimento.
O deputado e secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuikui diz-se preocupado com as acções da conhecida “Turma de Apito” que considera uma verdadeira milícia, por levar acabo na capital, actos de patrulhamento, julgamentos, espancamentos e até mortes de vários cidadãos.
“Considero a turma do apito uma milícia na medida em que a sua actuação se confunde com a actuação das forças de ordem e segurança” disse ele.
“Veja que a “Turma do Apito” leva a cabo, actos de patrulhamento, julgamentos, espancamentos e até mortes de vários cidadãos”, disse, acrescentando que “nós defendemos a extinção deste grupo”.
Tomás Bica, fundador e coordenador Geral das Brigadas de Vigilância em Luanda mais conhecida por “Turma do Apito”, esclarece que a acção deste grupo é bastante clara e com um código de conduta.
“Ela actua com base num código de conduta, e o primeiro princípio deste código é que o brigadista deve ser disciplinado, o brigadista responde civil e criminalmente sobre os actos praticados” disse ele.
Tomás Bica, que é também administrador do Cazenga, entende que é preciso manter a tranquilidade pública nos bairros e reconhece que logo no início muitos brigadistas tentaram fazer justiça por mãos próprias e foram responsabilizados criminalmente.
“As pessoas estavam aproveitar-se das brigadas para fazer caças às bruxas mas foram para a cadeia”, disse ele.
A Polícia por seu lado, diz já ter tomado varias posições públicas, sobre a Turma do Apito.
Nestor Goubel, porta-voz do Comando Provincial da Polícia em Luanda, entende que os cidadãos devem colaborar com a polícia nacional mas aquele cidadão que extravasar as leis será responsabilizado criminalmente.
“A população deve colaborar deixando o que é para a polícia à polícia’, disse avisando que os violadores da lei serão responsabilizados criminalmente.
No passado dia 12 de Março completou um ano da implementação da popularmente chamada “Turma do Apito”, na actualidade Brigadas de Vigilância Comunitária (BVC), em vários bairros periféricos de Luanda. No início era constituída por jovens, na maioria ex-delinquentes, mas na actualidade as BVC são integradas por professores, polícias e membros da comunidade.
Recorde-se que o Comandante municipal da Polícia Nacional, no Cazenga, superintendente Joaquim da Conceição “Kim Preto”, rejeitou igualmente a implementação da “Turma do Apito” no município do Cazenga pela forma como actua nas comunidades.
Por Miguel Bimbi
02/04/2021 Fonte VOA
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