Estudantes angolanos manifestam-se sábado contra custo de matrícula em universidades.
Por Moussa Garcia investigative journalist CNN ANGOLA text and voiceover Radio Voice of America
16 Abril,2021
Estudantes protestam contra preço de propinas, Luanda, Angola
Estudantes protestam contra preço de propinas.
Movimento de Estudantes de Angola marcou protestos depois do fracasso das negociações com o Ministério das Finanças
O Movimento de Estudantes de Angola (MEA) anunciou manifestações para este sábado, 17, em Luanda, Huambo, Moxico e Uíge para exigir a revogação do decreto que estipula novos custos dos emolumentos nas universidades públicas e privadas.
A decisão foi tomada depois do fracasso das negociações entre o MEA e o Ministério das Finanças nesta semana.
Estudantes angolanos manifestam-se sábado contra custo de matrícula em universidades.
O decreto 124/20, de 4 de Maio, estipula que a inscrição na universidade pública passa a custar cinco mil kwanzas, bem como a emissão de uma declaração de estudante
Laurindo Kamande, secretário nacional para o ensino superior do MEA, quem anunciou as manifestações para este fim-de-semana, diz que em algumas universidades privadas o custo é de quatro mil kwanzas e pergunta “então o Estado cobra mais caro que o privado? ”
“Nós não vamos aceitar isso”, assegura Kamande, quem aponta o dedo ao poder político.
“A ganância é dos donos das universidades, que ao mesmo tempo são governantes, eles é que fazem as leis para extorquir o cidadão e aumentar as suas riquezas, nós não vamos admitir isso”, assegura aquele responsável.
A manifestação também vai exigir maior qualidade no ensino superior.
“Até este momento nunca vimos nenhum estrangeiro vir estudar em Angola com uma bolsa, por quê?, questiona Laurindo Kamande, quem aponta o facto de os governantes enviarem os seus filhos para o exterior e “quando voltam querem nos colonizar”.
“Já chega o que os portugueses fizeram, não vamos aceitar nova colonização”, conclui aquele dirigente do MEA.
Os protestos contra o aumento do custo para entrada na universidades têm vindo a se multiplicar, mas nem o Ministério Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação nem o Ministério das Finanças indicaram qualquer possibilidade de alteração do decreto.Estudantes de enfermagem exigem que João Lourenço cumpra promessas de emprego
Manifestação de enfermeiros candidatos a vagas, Benguela, Angola
Com notas positivas em concursos passados, exigem ser integrados nas vagas a serem abertas pelo Governo
Dezenas de estudantes de enfermagem em Benguela marcharam na noite da quarta-feira, 14, para exigir enquadramento directo na Saúde por via do próximo concurso público em Angola, com cartazes que recordam promessas do Presidente da República.
Os manifestantes, concentrados no ‘’Largo de África’’, na presença de vários agentes da Polícia Nacional, disseram que fazem parte de uma lista com mais de oito mil candidatos não admitidos há três anos mesmo com notas positivas.
Estudantes de enfermagem exigem que João Lourenço cumpra promessas de emprego.
“Senhor Presidente, favor, faça sentir o seu nome. Somos jovens, queremos trabalhar”, foi o grito de jovens que não pretendem ser colocados novamente à prova, uma vez que, conforme observam, o número de vagas no concurso a ser aberto este ano é quase quatro vezes superior ao de candidatos com positivas em 2019.
”Se nós tivemos 10, 12 e 13, que são positivas, já não vamos fazer concurso, assim prometeu o senhor Presidente João Lourenço no encontro com a juventude”, afirmou um dos manifestante, enquanto outro lembra que “a senhora ministra ( da Saúde) tem de olhar para nós, estamos muito descontentes”
“Somos 8 mil, podem nos inserir nestas 25 mil vagas’’, sugerem os manifestantes.
Contactado pela VOA, o Gabinete Provincial de Saúde confirma, sem avançar data, a realização de concursos, também na Educação, mas explica que só as autoridades centrais podem dar resposta a estas preocupações.
Foi a segunda manifestação da semana com foco no emprego, depois da realizada por candidatos a auxiliares de limpeza no sector da Educação.
No encontro a que se referem os estudantes de enfermagem, em Luanda, o Presidente João Lourenço, que carrega o peso da promessa eleitoral de 500 mil empregos, disse que o seu Executivo tudo faria para continuar a promover postos de trabalho