Ambiente: Catoca responde a pedido de indemnização do Governo da RDC devido a
derrame de resíduos tóxicos com “expedição” ao Rio Tchikapa
A Sociedade Mineira da Catoca, a maior mina de diamantes angolana e uma das maiores do mundo, está a realizar um conjunto de
análises às águas e aos terrenos ribeirinhos do Rio Tchikapa para provar que o Governo da República Democrática do Congo (RDC) não
tem razão quando, em Agosto, acusou a empresa angolana de ser responsável por um grave derrame de resíduos tóxicos para os seus
rios provocando pelo menos 12 mortes e com grave impacto na sua bacia hidrográfica até ao Rio Congo.
Esta decisão da Catoca, que, segundo o seu comunicado, divulgado na sua página oficial, termina hoje uma “expedição de investigação” ao rio e margens do Rio Tchikapa até à fronteira com a RDC, é a resposta ao Ministério do Ambiente do país vizinho que anunciou um processo para exigir uma
compensação pelo desastre ambiental provocado por um derrame de resíduos altamente poluentes – metais pesados – da exploração mineira da
Catoca, na Lunda Sul, que deixaram os rios Tshikapa e Kasai vermelhos e com graves danos na fauna e flora, que chegou ao grande rio da região, o Rio
Congo.
Agora, depois de alguns media terem noticiado que a Catoca tinha admitido o colapso de um açude de contenção deste tipo de resíduos, a Catoca
aparece, em comunciado publicado na sua página oficial, a querer sublinhar que essa contaminação não aconteceu e, para isso, organizou esta
“expedição” ao longo do rio Tchikapa desde a Lunda Sul à fronteira com a RDC, passando pela Lunda Norte, “fazendo a monitorização in loco ao longo
do percurso (…) aferindo a qualidade da água”.
Segundo os media locais, este derrame, que teve lugar em finais de Julho, provocou pelo menos 12 mortos e afectou dezenas de milhares de pessoas
que tinham nestes cursos de água a fonte da sua subsistência, incluindo a água para o consumo de milhares de famílias.