Pesquisa indica que Incapacidade no combate a corrupção e despartidarização do Estado afundam MPLA
Luanda – A sempre adiada questão da despartidarização do aparelho do Estado deve ser considerada como fundamental e prioritária pelo próximo governo que sairá do pleito eleitoral de Agosto de 2022. Segundo dados apurados pela AngoBarómetro na sondagem de opinião realizada no período de 2 a 10 de Abril de 2022, 46,64% dos 1908 participantes considera-a como uma questão prioritária numa lista de 8 itens propostos neste inquérito. Em segunda posição está o combate à corrupção com 13,84%, seguido do combate à pobreza com 13%.
Fonte: Club-k
O desemprego juvenil ficou classificado em quarta posição das questões prioritárias
com 10,38% e no quinto lugar está o crescimento económico com 7,76%. Por sua vez a melhoria do sistema de educação e a melhoria do sistema de saúde, ocupam a quinta e sexta posição com 5,45% e 1,89% respectivamente
O combate à criminalidade é tida pelos inquiridos como última prioridade da lista com apenas 1,04%.
UNITA melhor posicionada em todas as áreas
Aos inquiridos lhes foi solicitado a atribuir competências às formações políticas nas diferentes áreas alistadas e consideradas como prioritárias. De uma forma geral, a UNITA lidera em todas as áreas, beneficiando, no entender dos pesquisadores, a impopularidade do seu adversário e do benefício da dúvida por nunca ter governado.
À pergunta quanto qual dentre as formações políticas melhor poderia combater a corrupção em Angola, 59,96% dos 1908 respondentes considera a UNITA como a força política melhor posicionada para combater este fenómeno contra apenas 19,29% de opiniões favoráveis ao MPLA.
A percepção é de que a corrupção é tida como um flagelo no seio do partido maioritário que, devido à excessiva partidarização dos órgãos do Estado e sobretudo da justiça, apresenta-se incapaz de combater tais vícios.
No que se refere ao combate ao desemprego juvenil, a UNITA supera o seu principal adversário político em 15 pontos percentuais, granjeando a simpatia de 46,01% dos participantes contra 30,82% para o actual maioritário na Assembleia Nacional.
Finalmente procurou-se saber junto dos participantes a formação política que se apresenta em melhores condições para alavancar o crescimento económico do País. Neste domínio, a UNITA é creditada com 49,90% de boas opiniões contra 30,40% para o partido governante.
Exercício de voto
Atendendo as expectativas em torno das próximas eleições de Agosto de 2022, espera-se de acordo com os dados apurados nesta sondagem, uma participação maciça. À pergunta de saber se pensa exercer o seu direito de cidadania no pleito eleitoral previsto para o mês de Agosto, 90,99% (1736 dos 1908 participantes)
respondeu afirmativamente, 5,97% não pensa exercer o seu direito cívico, enquanto 3,04% declara-se ainda indeciso.
Preferência partidária
Relativamente à preferência partidária, o partido maioritário que sustenta o actual governo conseguiu travar a sua queda vertiginosa. Aos inquiridos foi solicitado de escolher a que formação atribuiria o seu voto de confiança, caso as eleições fossem realizadas no próximo fim de semana. Do universo de 1908 participantes, 30,39% renovaria a sua confiança ao MPLA e 49,87%
atribuiria o voto de confiança à maior formação na oposição, a UNITA.
A decisão do Tribunal Constitucional, em anotar todos os congressos dos partidos políticos realizados em 2021, poderá explicar este declínio técnico nas hostes UNITA, nitidamente em ascensão em 13 meses consecutivos, na medida em que aparentemente, tenha deixado de beneficiar do efeito de solidariedade e do “voto de protesto” da sociedade civil e não só. Como o infortúnio de uns faz a felicidade dos outros, as restantes agremiações dividem-se os votos, presumivelmente deixados atrás pela UNITA, com maior ganho para o Bloco Democrático que passa de 3,46% para 7,38%, e a CASA-CE vê-se reconfortada com 5,97% contra 2,29% em Fevereiro de 2022. O PRS manter-se-ia estável com 4,30%, enquanto a FNLA com 1,15% e a “ressuscitada”APN com apenas 0,94%.
Adalberto Costa Júnior continua imparável
Solicitados a darem seu voto de confiança ao potencial candidato que melhor conduziria os destinos da Nação, arredondadamente 50,00% dos inquiridos, foram unanimes
em escolher o Presidente da UNITA, seguido de seu arquirrival, João Manuel Gonçalves Lourenço, com 30,00%, enquanto Filomeno Vieira Lopes do Bloco Democrático passa de 2,93%(Fevereiro) para 7,34%, nitidamente beneficiando do “efeito Chivukuvuku”, que não faz parte desta lista, assim como do “efeito FPU”.
Efeitos da Decisão do Tribunal Constitucional á favor da UNITA
As ilações tiradas desta pergunta é de que a sociedade angolana ficou dividida em dois campos diametralmente opostos. Do nosso universo de 1908 participantes, 44,13% é de opinião positiva contra.
44,23% que não acredita que o encontro entre os dois “elefantes” da política angolana, venha de facto, a apaziguar o clima de tensão actualmente prevalecente no País. 11,64% perfaz o grupo de indecisos.
Participação e local de residência
De uma amostra representativa de 1908 inquiridos, 79,87% do sexo masculino e 20,131% do sexo feminino. Desde o lançamento desta iniciativa referente à pesquisa de opiniões no início de 2021, a participação feminina mantém-se constante e estável pelo que AngoBarómetro agradece muito sinceramente pela confiança depositada.
Referente à região de residência, a região de Luanda e sua periferia continua a liderar com uma. participação de 44,97%, seguida da região centro com 17,19%, a
,região norte com 10,80%, a região sul com 11,22%, a região leste com uma participação de 8,80% e a diáspora com 7,02%.
A liderança da região de Luanda e periferia, que alberga quase um terço da população do país, é justificável na medida em que ela beneficia de melhores infraestruturas e de uma cobertura quase completa de rede de telecomunicações.
A margem de erros desta sondagem é de 2% , calculada com base numa amostra de 12 milhões de eleitores (meta do registo oficioso), seguindo os padrões aritméticos recomendados para o efeito.
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