O rei vai nu- Graça Campos

 

Em 2010, os pais da Constituição da República de Angola incluíram-na entre as mais bem conseguidas realizações humanas. 

Pouco mais de uma década depois, já poucos querem ser associados à Lei Magna.

Ainda em fase de acabamentos, a centralidade entrou no roteiro quase obrigatório de quase todos os estadistas estrangeiros que visitavam Angola. Nem e “branca alheia”, Ângela Merkel, chanceler alemã, escapou ao rigoroso roteiro.

Em 2011, quando a inaugurou, o então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, com os olhos quase marejados, disse que “a nova centralidade do Kilamba Kiaxi é uma demonstração da ambição do executivo angolano de transformar Luanda numa das maiores e mais belas cidades do mundo”. 

Pouco mais de uma década depois, quase todos os moradores da centralidade já pensaram em saltar do barco. Muitos já “caíram” mesmo fora, como diriam os brasileiros. A gabada centralidade está totalmente rebentada. Ou, como cantaria o Kristo, o motor

da centralidade está a “babar óleo”. Completamente!

De acordo com relato de um sofrido morador, o Kilamba (na foto) está sob uma tempestade perfeita: infiltrações, problemas elétricos e ruptura na rede de esgotos.

Lamentavelmente, essa não é uma cruz exclusiva do Kilamba. A totalidade das centralidades construídas no país, boa parte delas ainda inabitadas, também carregam a mesma cruz.

Se ao mais recente descarrilamento de mais um comboio do Caminho de

Ferro de Luanda juntarmos a degradação total e completa das estradas nacionais em que os chineses também puseram as unhas então a conclusão, óbvia, é que, pelo menos, dos últimos 20 anos não há nada de que o Governo do MPLA se possa orgulhar.  

É que o rei vai nu, apesar de toda a basófia!

Redacao: Factos de Angola

Publicar comentário