Depois de monopolizar a venda de alimentos ao Estado: Grupo Carrinho vai comprar o Banco Keve

 

No consulado de João Lourenço, o Grupo Carrinho saiu da discrição e tem assumido um papel preponderante na paisagem empresarial angolana.

Após se ter focado na área do comércio alimentar, o grupo ganhou a privatização do Banco Comércio e Indústria. Mas há dúvidas que permanecem.

Nos últimos anos o grupo tem recebido garantias soberanas do Estado nos seus projetos. 

Só no ano de 2021, recebeu duas garantias soberanas, uma de 56,9 milhões de euros e a outra de 57,4 milhões de euros. Esta última serviu para a cobertura do contrato de importação de bens e equipamentos do projecto da fábrica de produção de açúcar, em Benguela.

Embora a comercialização de produtos alimentares não seja estranho ao portefólio do Grupo Carrinho, no entanto as circunstâncias e o contexto que levaram a empresa benguelense ao «monopólio» da venda de bens essenciais directamente importados Estado à população são pouco transparentes, senão mesmo opacos

Se a isso associarmos os rumores que dão conta do envolvimento de determinadas figuras da nomenclatura política, directa ou indirectamente, ligadas ao grupo empresarial haverá razões de sobra para adensar as suspeitas de que o grupo empresarial tem vindo a ser favorecido, com fins inconfessos.

Em alguns meios questiona-se porquê a Carrinho e não outra empresa… Há algum gato escondido com o rabo de fora?

O grupo Carrinho tem um Complexo Industrial Carrinho (CIC), situado na zona da Taka, em Benguela, ontem tem 17 fábricas de produtos alimentares.

Na banca

As críticas feitas em diversos meios à compra em leilão por 29,3 milhões de dólares do BCI por um grupo do sector logístico — o Grupo Carrinho — levou o Governo a desagravar as condições de acesso de outros grupos empresariais à linha de crédito do Deutsche Bank gerida pelo BDA — Banco de Desenvolvimento Angolano.

Estas críticas não refrearam a agressividade do Grupo Carrinho que, ao ter feito

contratos mútuos (empréstimos) com dois acionistas do Banco Keve, transformaram Rui Campos no maior acionista da instituição. Demonstrando, no entanto, que não dá ponto sem nó, o passo seguinte poderá até passar pela compra do Banco Keve.

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