Sondagem indica vitória do MPLA mas sem maioria absoluta

Sondagem indica vitória do MPLA mas sem maioria absoluta
Luanda — 
Quando a Assembleia Nacional debate um projecto de lei controlado as sondages eleitorais, um estudo revela que se as eleições em Angola fossem realizadas agora o MPLA conservava o poder, com 29% dos votos, mas perdia a maioria absoluta e a UNITA, líder da oposição, chegava aos 22 por cento.
A sondagem foi levada a cabo pela Afrobarómetro, organização com suporte técnico de universidades dos Estados Unidos da América, África do Sul, Gana e Quénia.
Realizado entre 9 de Fevereiro e 8 de Março de 2022, antes da chegada à Assembleia Nacional da proposta de Lei das Sondagens e Inquérito de Opiniões, este inquérito alerta para um elevado número de cidadãos que não declaram a sua intenção de voto.
No segundo exercício levado a cabo em Angola, quatro anos depois da estreia, mil e duzentos inquéritos realizados em todas as províncias, de forma aleatória, mostram uma descida do MPLA e subida da UNITA, mas também um elemento capaz de baralhar as contas.
O pilotólogo Carlos Pacatolo, investigador da Ovilongo – Estudos de Opinião, que representa o Afrobarómetro no país, lembra que aumentou para 31 % o número dos que não revelam a intenção de voto.
“Quando comparamos com o trabalho que fizemos em 2019, o MPLA tem uma descida de 38 para 29% nas intenções de voto, enquanto a UNITA cresce de 13% para 22, caindo significativamente a distância entre os dois, para 7 por cento”, explica o investigador.
Ele acrescenta que “também o número dos que não declaram é grande, cresce para 31 por cento, e uma soma com aqueles que não sabem para quem vão votar, estamos a falar de 46%, um número grande que obriga a ler com cautela estes resultados”
Quanto à possibildade de aprovação de lei limitando as sondagens Carlos Pacatolo diz que o Afrobarómetro vai trabalhar dentro dos marcos da legislação, mas garante que a missão está para continuar
“O Estado intervém quando o mercado por si só não tem condições para regular os excessos, as inverdades, num cenário em que os honestos começam a ser prejudicados. Os que obedecem a metodologias devem ser protegidos, mas quando a legislação proposta tem mais carácter disciplinador … nada a fazer, vamos nos sujeitar à lei”, disse o académico. 

Redacao: Factos de Angola

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