Familiares pedem abertura de caso de angolano morto na África do Sul
Familiares pedem abertura de caso de angolano morto na África do Sul
Luanda – Uma família angolana está em vias de pedir as autoridades sul africanas a reabertura do caso de um ente querido assassinado em 2008, na capital sul africana, em que na altura, dos factos, imputou-se “culpas” a um diplomata com quem o falecido teria presumivelmente saído na noite anterior. Na altura a embaixada de Angola na capital pretória fora acusada de ter ajudado a abafar o caso.
Fonte: Club-k.net
O caso aconteceu em dezembro de 2008, quando João Gaspar Neto funcionário da GAMEK, que se encontra em tratamento médico na África do Sul recebeu uma chamada telefónica (três dias antes de o corpo aparecer) para um encontro marcado por volta das 21h, com alguém que segundo o filho do malogrado supõe ser, um diplomata angolano António dos Santos Nascimento, que na altura exercia as funções de adido de imprensa. O angolano enviou também mensagem SMS a um amigo dizendo iria se encontrar com António Nascimento, para tratar de assuntos relacionados a eleição deste diplomata para a posição de primeiro secretario do MPLA na cidade de Pretoria.
Gaspar Neto despediu-se na aquela noite para o tal encontro partidário para não mais regressar. No dia seguinte a família foi informada que alguém encontrou um corpo na zona de centurian, arredores de Pretória cujos documentos atestavam tratar-se de um João Gaspar Neto, Nascido em Icolo e Bengo aos 2 de Janeiro de 1955.
A Policia sul africana abriu um processo de investigação sob a chapa 2263/08. Por sua vez a família teve dificuldades de contactar o diplomata que se dizia que esteve com o malogrado, mas sem sucesso. A embaixada de Angola na altura dirigida por Miguel Neto havia comunicado que o adido de imprensa António dos Santos Nascimento viajara para Luanda na manha daquele mesmo dia em que o corpo foi encontrado na rua.
O assunto deu azo a acusações mutuas, e a família acusou a embaixada de não ter cooperado em disponibilizar António dos Santos Nascimento, para ser interrogado pela polícia afim de explicar o que aconteceu para que o cidadão com quem ele saiu aparecera sem vida no dia seguinte.
Familiares que na altura foram ouvidos pelo Club-K, disseram que um ano depois elementos da embaixada angolana teriam transmitido a alguns membros da família de que Gaspar Neto era próximo a segurança de Estado, e que teria se desalinhado, e esta por sua vez tirou-lhe do campinho, razão pela qual as autoridades sul africanas não deram sequência das investigações, a pedido de Luanda.
Sob o titulo “O Camarada Gaspar Neto foi vítima de uma luta de vaidades”, Nelo de Carvalho, um engenheiro angolano radicado no Brasil, escreveu no seu blog, que “os suspeitos ou até acusados do desaparecimento misterioso do Gaspar não foram revelados nem formalizados pelas as autoridades Sul Africanas” augurando que o assunto foi resolvido com êxito e rapidez.
De acordo com Nelo de Carvalho “O que, sim, existe é uma divergência entre os familiares e as autoridades Diplomáticas Angolanas de como os fatos e entre eles o Relatório da polícia Sul Africana deve ser elaborado e a quem deve ser entregue”.
Nelo de Carvalho que é também quadro do MPLA, propunha que “a solução sobre essa divergência deve ser vista usando-se normas legais da legislação Sul Africana. À família, além da nossa solidariedade a dar, temos como ponto de vista de que deveria contratar um Advogado competente e especializado nesse tipo de conflito. Primeiro, para dirimir dúvidas e esclarecer fatos. Segundo, para acionar o Ministério Público Sul Africano e exigir do mesmo que se faça justiça. Terceiro, chegar a conclusão até onde vão os direitos e deveres das duas partes: familiares e o Estado Angolano representado pela Embaixada em Pretória”.
Passados 15 anos, o assunto sobre a morte misteriosa de João Gaspar Neto, volta a carga com a família a anunciar a reapreciação do caso para que a verdade venha ao de cima.
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