Joel Leonardo Juiz presidente do tribunal supremo não tem a menor intenção de renúncia
As declarações do juiz Joel Leonardo (JL) já depois do discurso do presidente da republica na tomada de posse dos novos juízes, mostram que ele não tem a menor intenção de renúncia. Pelo contrário, diz-se vítima de difamação e calunia feitas por visados nos processos que passam pelo tribunal supremo. É uma tese frágil e pouco sustentável na medida em que as acções que são atribuídas decorrem de actos documentados e comprovaveis feitos por ele JL.⁹ Curiosamente existem juízes que acreditam piamente nesta vitimizacao, o que nada tem a ver com uma suposta ingenuidade desses juízes.
Preocupa-nos a possibilidade de estar a ser feita uma defesa corporativa (supostamente em defesa da honra da justiça como as acusações e suspeição não manchassem ainda mais) e por lealdade ao”chefe”(juizes que se sentem no dever de apoiar quem garantiu a sua ascensão ao topo da justica).
Com a entrada de novos juizes há um perigo real que tanto no plenário do tribunal como no conselho superior da magistratura judicial se forme uma maioria negativa leal a Joel Leonardo, que deverá funcionar como o seu seguro de vida.
A estrutura e a narrativa do discurso do PR quiseram no fundo dizer que se a PGR vier a apurar factos graves na conduta do presidente do tribunal supremo, o chefe de estado actuará tal e qual agiu no caso do tribunal de contas.
É sobretudo um recado aos juízes no sentido de deixar claro que se a PGR apurar os factos da denuncias públicas, o presidente vai exercer a sua autoridade moral e o seu poder moderador para garantir o normal funcionamento das instituições, dentro dos marcos da CRA.
E como é bem provável que os factos sejam mesmo verdadeiros, os familiares do juiz Leonardo deveriam aconselha-lo a inventar um problema pessoal e a negociar uma saída com honra. Sem isso, abre-se o caminho da vergonha e da humilhação pública, mau para todos, incluindo imagem do país.
Ismael Mateus
Jornalista
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