PGR: continua sem recepcionar queixa que a UNITA prometeu formular sobre uma alegada tentativa de corrupção contra um alto quadro do seu partido, em 2021

PGR: continua sem recepcionar queixa que a UNITA prometeu formular sobre uma alegada tentativa de corrupção contra um alto quadro do seu partido, em 2021

Procuradoria-Geral da República continua sem recepcionar queixa que a UNITA prometeu formular sobre uma alegada tentativa de corrupção contra um alto quadro do partido, em 2021, perpetrada supostamente por pessoas mandatadas pelo MPLA, numa altura em que os políticos procuravam jogar influência junto da população tendo em conta as eleições de 2022 que se avizinhavam. Em causa estão 22 milhões de kwanzas apreendidos pelo partido liderado por Adalberto Costa Júnior das mãos dos alegados corruptores.

Redação : Factos de Angola

A UNITA, maior partido na oposição, ainda não formalizou a queixa-crime que em 2021 prometeu que faria por alegado facto de um grupo de pessoas supostamente mandatadas pelo MPLA, partido no poder, ter tentado corromper o seu secretário para mobilização no Kilamba Kiaxi, Nkololo Manuel, para organizar uma manifestação contra o presidente da organização, Adalberto Costa Júnior.

De acordo com as informações prestadas pelo alto quadro da UNITA no Kilamba Kiaxi, foram realizadas várias reuniões com pessoas mandatadas pelo MPLA e a estratégia para a conclusão do objectivo visava mobilizar cerca de 150 militantes do ‘galo negro’ naquele município e igual número nos municípios de Cacuaco e Icolo e Bengo.

Os alegados emissários do ‘maioritário’, como também é conhecido o MPLA, colocariam quatro milhões de kwanzas à disposição de cada secretário municipal que aderisse à manifestação contra Adalberto Costa Júnior e Nkololo Manuel, responsável pela mobilização da UNITA no Kilamba Kiaxi, teria uma comissão de sete milhões de kwanzas, além de outros gastos com o resto dos participantes, cujo orçamento geral chegava aos 22 milhões de kwanzas.

Entretanto, Nkololo Manuel informou o facto a Nelito Ekuikui, deputado à Assembleia Nacional e então secretário provincial da UNITA em Luanda, tendo este orientado a fingir estar de acordo com a estratégia, para permitir uma actuação flagrante por parte do partido. No dia em que os alegados emissários do MPLA se dirigiram ao local combinado para fazer chegar o montante financeiro aos militantes do ‘galo negro’ que deviam encabeçar a manifestação contra o presidente do partido foram supostamente surpreendidos por altos quadros da UNITA, que apreenderam os 22 milhões de kwanzas.

E visando dar corpo à narrativa segundo a qual o MPLA, sob liderança de João Lourenço, continua, à semelhança do período em que a organização era administrada por José Eduardo dos Santos, a promover actos de corrupção, a direcção da UNITA realizou uma conferência de imprensa em que apresentou o montante apreendido e prometeu formalizar uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR), já que, na sequência, garantira apresentar os valores financeiros apreendidos para servir de elementos de prova.

As eleições gerais foram realizadas a 24 de Agosto de 2022, mas a PGR continua sem recepcionar a anunciada queixa, segundo um alto quadro da entidade que, entre outras coisas, sublinha que, se a UNITA, que olha as instituições com desconfiança, tivesse exposta a “tão aguardada queixa com a apresentação” dos 22 milhões de kwanzas, “toda a sociedade teria conhecimento”, porque, no seu entender, os ‘maninhos’ fariam forte campanha de propaganda.

MPLA NEGA ALICIAMENTO DE MILITANTES DA UNITA

Segundo uma notícia veiculada pelo Novo Jornal online, de 20 de Julho de 2021, Rui Falcão Pinto de Andrade, porta-voz do MPLA, em reacção à denúncia da UNITA, fez sair uma nota em que acabou por contra-atacar e negou as acusações, garantindo que os 22 milhões de kwanzas são fruto “de uma denúncia feita pelo MPLA”.

“Essa [22 milhões de kwanzas] é parte do dinheiro que a UNITA disponibilizou para aliciar arruaceiros e que só não foi disponibilizado porque nós denunciámos antecipadamente”, lê-se na nota enviada na altura à imprensa por Rui Falcão. A UNITA, referiu a nota partilhada por Rui Falcão Pinto de Andrade, “não aponta o nome de quem terá entregado o referido montante e muito menos quem recebeu”.

Em face desse facto, acrescenta o texto, “só acredita nele quem não quer ver a verdade”. Para Rui Falcão Pinto de Andrade, Adalberto Costa Júnior usa esses estratagemas de acusação ao MPLA visando ocultar a sua estratégia de financiamento de manifestações contra o Governo.

Redacao: Factos de Angola

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