
BISPO BEZERRA ASSUME LIDERANÇA DA IURD-ANGOLA ENQUANTO NÃO HÁ CONSENSO DE RECONCILIAÇÃO ENTRE AS ALAS EM CONFLITO
É o único reconhecido pelas autoridades angolanas como líder da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, depois de lhe ser atribuída a
Certidão de Idoneidade pelo Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR),em 2021
Entretanto, a liderança do bispo Valente Bezerra Luís foi colocada em risco pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes,quando tentou passar a titularidade da igreja ao bispo Alberto Segunda, da ala brasileira da IURD,com a feitura de um documentário denominado Acordo de Conciliação.
Este acordo, feito por iniciativa própria do ministro, tinha como fundamento ‘expropriar’ a liderança a Luís Valente e passa-la ao bispo Segunda, representante em Angola do bispo Edir Macedo, mas não teve a receptividade desejada, por ter havido violação dos acordos de negociação, segundo um colaborador próximo do bispo da IURD-Angola.
A mesma acrescenta que o Acordo de Conciliação foi maculado por excluir os membros da IURD-Angola, sobretudo o seu bispo, que não podia fazer parte do episcopado, colocando-o numa posição sulbaterna,em flagrante violação às negociações que
vinham sendo feitas entre as partes.
Passados 90 dias, o Acordo, assinado no dia 31 de Agosto, às 20 horas, no seu gabinete de trabalho, na presença de dois funcionários de um dos notários de Luanda, convocados de emergência, para o efeito, falhou por não ter podido reunificar as partes em conflitos, como se previa o jovem ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.
Bezerra reassume liderança Neste sentido, segundo fonte da direcção da IURD-Angola, doravante, o bispo Valente Luís reassume a liderança da igreja em Angola, tendo em conta a última assembleia geral desta congregação realizada em Luanda.
Segundo a fonte, o Acordo de Conciliação, que aponta como tendo sido uma “imposição do ministro Marcy Lopes” para tentar resolver definitivamente a crise de liderança, desuniu mais o rebanho, ao invés de reunifica-lo, numa altura em que o assunto já se arrasta há mais de quatro anos.
Falando via telefone ao Pungo a Ndongo, nesta altura sexta-feira, 1, a fonte declarou que a actual direcção diz que com ou sem denominação de IURD-Angola, jamais os seus bispos, presbíteros, diáconos ou fiéis serão submetidos à vasectomia ou frequentarem a Fogueira Santa, por não se reverem mais nelas.
A crise de liderança da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola decorre depois de denúncias públicas de fiéis que se incompatibilizaram por causa do desvio do sistema doutrinário da IURD, desvio de fundos, branqueamento de capitais, submissão à vasectomia contra a vontade de alguns visados, fundamentalmente pastores.
Assim sendo, a igreja foi dividida em dois grupos, ou melhor, duas direcções, uma angolana e outra de angolanos fiéis a Edir Macedo, mas sob liderança do bispo Alberto Segunda, que é membro do MPLA.
Aliás, foi com base na sua filiação partidária que tentou mover influências junto do Comité Provincial de Luanda do MPLA, para convencer os ministros da Justiça e dos Direitos Humanos, da Cultura e e o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos(INAR) para que fosse legalizada a sua direcção, em detrimento do seu irmão em Cristo, Valente Luís, que já estava reconhecida.
Membros como Bento Bento, Isaías Kalunga, Antunes Huambo e outros, têm vindo a pressionar os ministros Marcy Lopes e Filipe Zau ( da Cultura) para reconhecimento da ala do prelado Alberto Segunda, sob alegação de possuírem muitos fiéis, que seriam sensibilizados para se filiar ao MPLA.