
CORRUPÇÃO NA CNE ‘APADRINHA’ ALA BRASILEIRA DA IURD E ATROPELA OS SÍMBOLOS NACIONAIS
A cedência das urnas da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) à ala brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus
em Angola (IURD) para a realização da assembleia-geral (já anulada) pelo tribunal, não constitui crime nenhum, mas a utilização dos seus símbolos configura uma violação a lei, segundo esclarecimentos de um jurista e observador eleitoral internacional.
Não se sabe em que circunstâncias as mesmas foram pararam aí, não obstante à boca pequena ouvir-se de que terão ido por uma suposta orientação de uma figura de proa do Comité Provincial do MPLA de Luanda, mas a questão que a sociedade levanta é a de saber sobre a utilização indevida dos símbolos que são da exclusividade da
própria CNE.
Há quem questiona a interferência deste organismo num processo em que não é da sua competência, numa altura em que a sociedade angolana e o clero estão indignados pela atitude de um conhecido partido político que assumiu publicamente de que está do lado da ala brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, em prejuízo da direcção legítima dos angolanos, reconhecida pelo Estado, através do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), num Estado laico.
O presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva (Maneco), devia vir a público esclarecer o que esteve na base da cedência das urnas eleitorais à IURD, sendo que são materiais de uso exclusivo do organismo que dirige, para se evitar especulações de que terá recebido orientações expressas do partido no poder, por um lado, por outro, ajudaria a distanciar a CNE de qualquer colagem à IURD-brasileira em Angola ou um eventual apoio ao bispo Alberto Segunda, como assumiu publicamente um político do partido no poder.
Há quem admita que se desta vez foram cedidas urnas, nas próximas vezes poderá ser dispensado outro material exclusivo da CNE, tal como tinta indelével, mesas de voto, cabines de voto, carimbos, viaturas e outros com emblemas da Instituição.
Por:Ireneu Mujoco