Em meio a polémicas de enriquecimento rápido e conexões políticas, o Grupo Carrinho lança mais um cash and carry em Luanda e acelera expansão de forma destemida e confiante.
Segundo a coordenadora do projecto, Glória Benttecurt, o objectivo é “incentivar a produção nacional” e auxiliar os agricultores no escoamento dos seus produtos. No entanto, a meteórica ascensão do grupo e a abertura em série de novos estabelecimentos têm alimentado suspeitas sobre os bastidores das suas operações e as suas ligações políticas, com rumores de contratos públicos vantajosos que teriam ajudado a financiar esta expansão.
A Carrinho aposta em produtos que, segundo a coordenadora, são maioritariamente angolanos e produzidos por pequenos e médios empreendedores nacionais. Contudo, críticos questionam o crescimento acelerado da empresa, que se destaca em tempos de crise económica, enquanto outros comerciantes enfrentam dificuldades. Recentemente, foi revelado que cerca de 95% dos produtos vendidos nas lojas BB Eskebra são oriundos de Angola, uma forma de sustentar a agricultura local, ao passo que a Carrinho Agri, braço agrícola do grupo, mantém parcerias em várias províncias, como Malanje, Benguela e Bié.
A expansão do grupo também tem um impacto directo no emprego, com mais de 300 vagas criadas entre empregos directos e indirectos nesta nova loja. Porém, o ritmo agressivo de inaugurações, com previsões de atingir 250 lojas, desperta dúvidas quanto à origem dos fundos, uma vez que a Carrinho continua a ampliar a sua rede, visando o monopólio do retalho em Angola. De acordo com fontes, os contratos que a empresa angariou através de negócios controversos com figuras influentes do estado angolano são parte crucial deste crescimento explosivo.
O Grupo Carrinho não se intimida com as críticas e parece empenhado em tornar-se uma das maiores forças económicas do país, à custa de alianças estratégicas e contratos lucrativos, que levantam suspeitas e questionamentos entre os observadores da economia nacional.
Fonte : PONTUAL